Vale a reflexão.

Lição mais do que merecida

Por FERNANDO FARO*

Como são-paulino, aprovo a gestão de Juvenal Juvêncio à frente do clube.Em um país onde o amadorismo impera, o dirigente soube destacar o São Paulo com uma administração profissional, eficiente e que está trazendo resultados a olhos vistos para o clube.O Tricolor tem, de longe, a melhor estrutura do país e um dos melhores estádios da América do Sul.Isso, porém, não dá carta branca para tratarem o clube como uma entidade acima do bem e do mal, soberana e invejada por tudo e todos.

Não tenho receio em falar que meu querido Tricolor involuiu no seu relacionamento com o mundo exterior.Juvenal, Marco Aurélio Cunha, Leco, e cia. criaram uma paranoia de que a obsessão dos adversários é derrubar a suposta hegemonia do hexacampeão brasileiro.

Arrumaram brigas com os adversários. Transformaram rivais em inimigos.Ao invés de se concentrarem em aprimorar os muitos defeitos que ainda existem, preferem tratar o tricolor como alvo da inveja e cobiça alheia.Como são-paulino, reprovo a atuação de Juvenal Juvêncio nesse quesito.
Poderíamos cativar a admiração dos adversários e ajudar a profissionalizar o futebol brasileiro, cada vez mais carente de craques e entregue ao nivelamento por baixo.

Preferimos tomar um rumo menor e nos diminuirmos, afinal a atual diretoria só semeou a discórdia entre os adversários e despertou o ódio com os torcedores de outros times.Arrogância e prepotência que, torço, começarão a ter fim com o vareio que o São Paulo tomou do arquirrival Corinthians, tão debochado pelos cardeais do Morumbi.

Leco tomou um sonoro calaboca depois da afirmação grosseira de que Ronaldo era um ex-jogador. Quem fala o que quer....Fico triste pela eliminação, mas não posso dizer que essa lição deveria ser muito bem aprendida pelos dirigentes.

Que estes, a partir de agora, deixem a arrogância de lado e passem a tratar o São Paulo com a grandeza que ele merece, mas sem esquecer que os adversários também merecem o devido respeito.


*Fernando Faro é jornalista.