rg O São Paulo jogou duas partidas após o fim da Copa do Mundo, período no qual teve praticamente um mês inteiro para treinar e recuperar seus atletas. Após uma pequena pré-temporada como essa se espera que o time renda mais, volte mais entrosado, demonstre menos erros. Não foi o que aconteceu.

Nos dois jogos que disputou o Tricolor foi ineficiente, desorientado, apático e, principalmente, errou muitos passes mostrando desentrosamento, o que é inadmissível para um time que ficou esse tempo todo só treinando.

Além dos defeitos já citados, parece que as duas vitórias sobre o Cruzeiro pela Libertadores levaram o técnico Ricardo Gomes a crer que os problemas do time tinham sido resolvidos com a improvisação de Richarlyson na zaga.

A situação contra o Cruzeiro não foi bem essa, não era o improvisado camisa 20 a solução do problema e Gomes não se atentou a isso. O que fez o Maior do Mundo sobrepujar a Raposa não foi a tática, mas a Raça, fora a expulsão de Kléber cotovelo de ouro no segundo jogo que minou a equipe celeste.

Como disse Alberto Helena Jr. no seu blog, na Copa do Mundo não se viu nenhum time jogando com três zagueiros, a antiquada fórmula de jogo já foi aposentada na Europa que hoje atua num misto de 4-4-2, 4-3-1-2 e 4-2-3-1. O uso desses sistemas seriam possíveis no São Paulo.

A Espanha, por exemplo, que seria a fonte de inspiração do Tricolor no período da Copa não joga com três zagueiros e, por incrível que pareça, tem alguns jogadores semelhantes aos que o Mais Querido possui no elenco. Vamos lá:

O goleiro Casillas é um dos melhores do mundo e na meta são-paulina temos o Mito Rogério Ceni.

Na lateral direita, a Fúria conta com Sérgio Ramos, que é zagueiro de origem e atua por ali. Já nós temos o improvisado Jean, aqui Ramos é bem melhor, principalmente no apoio e mostra o grande erro da diretoria em não ter nenhum lateral de ofício.

Na zaga estamos bem, Alex Silva e Miranda, se em suas posições originais, não perdem em nada para Pique e Puyol.

Na lateral esquerda temos Junior Cesar que quando inspirado supera o inexpressivo Capdevila, que não apóia muito e parece ser o ponto fraco da seleção espanhola.

No meio de campo as diferenças técnicas são evidentes com a campeã do mundo levando ampla vantagem. Apesar do Tricolor também ter jogadores técnicos a Espanha é um time de toque de bola e passe refinado no meio. Em comparação a Busquets, Xabi Alonso, Xavi e Iniesta, somente Hernanes tem alguma comparabilidade.

Rodrigo Souto é bom marcador, Hernanes tem boa técnica e visão de jogo, Marlos é veloz, mas fominha e Richarlyson é perigo constante em qualquer setor. Já Busquets marca e passa bem, Xabi Alonso, apesar de inferior a Fabregas também sabe marcar e avançar com qualidade, Xavi e Iniesta dispensam comentários, o primeiro é um Maestro, a bola sempre passa por ele que dita o ritmo espanhol, Iniesta é agressivo e veloz ao pensar em soluções para as jogadas.

No ataque o artilheiro David Villa é rápido como Dagoberto, mas mais eficiente, Torres estava abaixo das expectativas, mas em forma é mais centro-avante que Fernandão que para mim é meia, o talismã Pedro, que também atuou, formou uma dupla de velocidade com Villa e foi muito bem pelas pontas.

O São Paulo pode fazer um time semelhante ao da Espanha na formação, porém no futebol precisa melhorar suas peças ou entender que o ritmo de jogo será diferente e que atitude e raça são fundamentais. Independentemente da tática adotada pelo técnico os jogadores tem que se doar.

Nesse caso, o Tricolor poderia atuar no 4-4-2 clássico ou em variações desse esquema com Rogério Ceni, Jean (é o que temos no momento), Alex Silva, Miranda e Junior Cesar. Rodrigo Souto, Hernanes, Marlos e Fernandão (JW, ou Marcelinho, talvez Sérgio Mota), Dagoberto e Washington (F-15 se usar outro meia, quem sabe em sonho Ricardo Oliveira). Ainda é possível trazer Dagol para o meio e colocar Fernandinho no ataque ou ser mais agressivo e abrir os camisas 25 e 12 um em cada ponta, com Fernandão centralizado.

Para todas essas situações entrosamento é essencial e o período de treinos durante a Copa foi desperdiçado com a insistência na formação com três zagueiros e com a escalação do camisa 20, jogando um balde de água fria nas expectativas são-paulinas para a Libertadores.

Agora, para conquistar o torneio mais cobiçado da América do Sul, raça será imprescindível e, com muita sorte, se houver um lampejo de consciência tática do nosso treinador algumas mudanças no time ajudariam.

Dia 28 de julho está aí e a batalha pela Copa preferida pelos Tricolores começa. Atitude, Raça e um melhor entrosamento é o que queremos de nossos jogadores para continuarmos rumo ao Tetra!

Saudações Tricolores!