Mais de 30 mil torcedores compareceram ontem ao Morumbi para a estréia do Tricolor na Libertadores da América, depois de 27 anos sem receber um jogo inicial do campeonato em nossos domínios. Ainda assim, com toda expectativa, e com apoio da torcida mais feliz do Brasil, o que se viu foi um jogo péssimo, com muitos passes errados, muitos cruzamentos e pouca objetividade contra a meta do time colombiano.

Nada deu certo – o esquema não funcionou – não era necessário jogar contra um time mediano (pra fraco) com três zagueiros. As alas não avançaram no esquema inicial; um ataque ‘bate cabeça’ que não fez sequer uma tabela durante todo o jogo; um Hernanes que jogou 20 minutos do primeiro tempo e depois sumiu (bateu 6 bolas de fora da área, sem nenhum perigo); um Hugo isolado do lado esquerdo e que parecia dormir em campo; um erro de MR em demorar pra mexer e modificar a equipe, tendo em vista que jogávamos em casa e precisávamos de um bom resultado para dar confiança e começar o campeonato mais difícil do ano com moral.

Entretanto, ao meu modo de ver, o maior culpado pelo resultado de ontem (que poderia ter sido pior) foi MR. Demorou muito para mudar a formação 3-5-2 para 4-4-2 e esperou mais da metade da etapa complementar para fazer a segunda substituição. Errou e errou feio. Jogando em casa, o Tricolor precisava avançar e jogar mais pelas pontas, com os referidos alas no esquema inicial. O problema é que Zé Luis fez uma das piores partidas com o Manto Sagrado e só foi substituído passados 30 minutos da etapa complementar. O polivalente não acertou NENHUM cruzamento e errou passes de 1m e meio. Do outro lado, JW recebia e cruzava. Não encontrou ninguém ao seu lado para tentar uma jogada que pudesse chegar com perigo à linha de fundo.

A opção inicial e que tenho convicção que daria mais certo, seria a saída de um zagueiro para a entrada de Arouca / Richarlyson – se optasse pelo primeiro, recuaria Jean para jogar como volante mais fixo, adiantaria um pouco Hernanes para encostar mais nos atacantes e abrir de vez as pontas, deixando uma parte da ligação com o ex-fluminense. Se optasse por Richarlyson, adiantaria JW e deixaria a cobertura por conta do camisa 20.

Além de um ataque que ainda não funcionou, MR trocou o bizonho Hugo por Dagoberto, que deu mais dinâmica ao jogo e ‘volume’ como o treinador enfatizou em sua coletiva, mas, volume ganha jogo? Muricy falou muito esse aspecto, dizendo que em Libertadores é fundamental. Concordo plenamente! Precisamos de volume, principalmente quando jogarmos fora. Em casa, volume não ganha jogo. Perdemos muitos gols graças a competência do goleiro Bobadilla, que defendeu pelo menos umas 10 bolas que tinham destino certo, mas não criamos! Era bola alçada na área procurando o cocoruto de W9, que praticamente não pegou na bola!

O saldo positivo no jogo de ontem, foi a entrega e luta do time, que brigou até o fim em busca do empate e foi premiado com um golaço de Borges. Um daqueles que vale o ingresso. Em cruzamento de Dagol, o camisa 17 acertou uma puxeta / meia bicicleta e marcou um dos gols mais bonitos que vi do atacante. Hora de repensar nesse time titular e abordar alguns pontos:

- Borges e W9 podem jogar juntos?
- Se jogar no 3-5-2 Zé Luis é a melhor opção para a ala direita?
- jogar em casa com 3 zagueiros, contra times fechados da resultado?
- porque tanta demora para mexer?

Sou um dos primeiros a defender e admirar o trabalho de MR, mas ai estão, boas questões que podem (e devem) estar na cabeça de nosso treinador. Vamos ver o comportamento do time (misto) nos próximos joguinhos do paulisteco. Imagino que com as próximas atuações, novas chances serão dadas à atletas como Arouca (desde o começo) Wagner Diniz e Júnior César que podem ser boas opções para entrar nesse time que está disputando a Libertadores. É esperar e confiar, pois o time precisa engrenar ainda no primeiro semestre. Avante Tricolor!

Saudações Tricolores!


Foto - VipComm