O ótimo jornalista Vitor Birner fez uma análise que honestamente eu ainda não havia parado para pensar. Vale a pena ao menos imaginar...

Saudações Tricolores

http://blogdobirner.net/

Com Eduardo Costa bem, no 4-4-2.

De Vitor Birner

O São Paulo, em 2009, erra mais na marcação que na frente.

São raros os jogos sem falhas individuais e de posicionamento.

Muricy é mestre na construção de sólidos sistemas defensivos.

As opções de escalação, mais a qualidade do treinador indicam que outra vez o time será forte atrás.

A questão é qual caminho tomará?

Faz anos que a equipe usa o 3-5-2.

Em 2003, Rojas substituiu Oswaldo de Oliveira e tentou várias táticas de retranca para resolver o drama são-paulino daqueles tempos. Numa delas, implantou o sistema com 3 zagueiros.

Seu antecessor dirigiu o time até a vitória por 1×0 contra o Figueira, pela Copa do Brasil, mas caiu de verdade depois da derrota por 5×2 para o Paysandu.

Oswaldo que preferia usar 2 homens na zaga, adorava Jean, hoje reserva do Corinthians, armou uma verdadeira peneira no São Paulo.

Veja as duplas que usou: Jean e Emerson, Jean e Reginaldo Cachorrão, Jean e Gustavo Nery, Jean e Régis, Jean e Júlio Santos, Jean e Ameli e Jean e Wilson, se não esqueci de ninguém, todos sem a devida proteção, pois naquele período o único marcador de bom nível no meio era Maldonado. Adriano, Júlio Baptista e Gallo, alguns dos volantes da época nunca, não davam conta do recado.

Cuca, sucessor de Rojas, no início, preferiu o 4-4-2. Tentou Fabão e Lugano, Rodrigo e Lugano, Rodrigão e Fabão, entretanto percebeu a necessidade de usá-los juntos.

Leão foi o último a tentar, em vão, findar a tradição do 3-5-2 no Morumbi.


Se o 3-5-2 já era preferência de Juvenal Juvêncio, na época diretor de futebol, os títulos da Libertadores e Mundial perpetuaram a escolha.

Muricy caiu na Libertadores de 2007 com 2 zagueiros no Olímpico.

Juvenal tinha saído do vestiário convicto da escalação com 3 e ficou irritado ao ver seu time desclassificado sem dar um chute certo em gol.

Desde então, tirante exceções, 4-4-2 ou é necessidade executada sem alterações durante o jogo, ou alguma espécie de teste.

Eduardo Costa pode mudar o esquema tático

Ele precisa ser testado no paulistinha.

Eduardo Costa, mal no Espanyol, assinou contrato de 3 anos com o São Paulo.

Vou colocar duas possibilidades: caso ele não recupere a capacidade de desarmar, fazer cobertura e ganhar bolas por cima, o time precisará manter o 3-5-2 e ele não será titular no lugar de Jean.

Contudo se ele atuar em bom nível, o ideal seria tirar o zagueiro da direita (Rodrigo ou Renato Silva), para escalar o volante e a equipe no 4-4-2.

Meu time ideal, com Eduardo Costa bem, seria: Rogério Ceni, Zé Luís, André Dias, Miranda e Junior César. Eduardo Costa, Jean, Hernanes e Jorge Wagner. Borges e Washington.

Tanto Zé Luís quanto Eduardo Costa podem recompor a zaga, fazer a linha de 3.

O esquema tático daria mais liberdade para Hernanes criar pela direita e os avanços de Junior César e Jorge Wagner na esquerda ganham a cobertura de Jean daquele lado.

Em suma, se Eduardo Costa acertar, a tradição da escalar no início o 3-5-2, mesmo sem modificações no preenchimento de espaços do campo, precisará ser trocada pelo 4-4-2.