Hoje a diretoria do Tricolor se reuniu com o tenente Almir Ribeiro, do 2º Batalhão de Choque da PM, responsável pela segurança nos estádios paulistas.

Juvenal e Marco Aurélio Cunha tinham como propósito ‘dobrar’ o tenente para a liberação das máscaras do personagem Jason, do clássico ‘Sexta Feira 13’, – símbolo da arrancada Tricolor na metade do primeiro turno do Brasileirão e novo mascote da torcida Tri-Hexa.

No encontro na sala presidencial do clube ficou decidido, que as máscaras continuam proibidas no estádio do Morumbi (e nos demais). A alegação é a mesma já dita – a utilização dificulta na identificação de baderneiros no local.

Contudo, por trás dessa máscara, há muito mais hipocrisia que qualquer proibição que visa à segurança dos torcedores. Quem vai ao estádio há muito tempo, sabe qual é o tratamento dispensado para qualquer torcedor – independente de ser organizada ou não (desculpem o trocadilho), a borracha ‘come’ para todos os lados (com ou sem máscara).

Não estou criticando a atuação da polícia, em especial por considerar que na sua maioria, não são profissionais preparados para serem os zeladores da população, pagos muito mal, diga-se de passagem.

A generalização em uma situação de conflito nas cercanias dos estádios é evidente até por uma questão de lógica – está com o uniforme do clube, apanha. Claro, que tudo isso deve-se à bandidos que, encobertos pelas cores do seu time, utilizam artifícios primitivos e sem nenhum cabimento para desencadear cenas de terror que já cansamos de ver não só em SP, mas em todo Brasil. Selvageria que é combatida com mais selvageria.

Sem fugir do foco, o que entristece nós torcedores normais que vamos para ver o jogo, xingar o árbitro, torcer (e sabem que no dia seguinte precisam levantar cedo para trabalhar), é que nossos estádios estão ficando cada vez mais tristes.

Cresci vendo lindas bandeiras e festas monumentais no gigante Morumbi. Hoje nos conformamos em aguardar a diretoria distribuir bandeirinhas em jogos decisivos para que nosso estádio fique mais colorido.

Claro que já me acostumei e concordo perfeitamente com certos pontos, em específico no que se refere à importância de materiais que podem ferir e que são proibidas portão adentro. Mas pouca gente também se preocupa que os problemas não estão dentro, mas sim fora dos estádios. A violência na sua maioria ocorre no apagar das luzes, ou antes de serem acesas.

Se tivéssemos segurança em nossos estádios, máscaras, bandeiras ou qualquer que seja o meio para o fim ‘festa’ seria liberado. Se tivéssemos pessoas educadas, que vão para torcer e dentro do seu direito de torcedor, xingar, reclamar e até cancelar idas ao estádio, máscaras não preocupariam.

Que nós e a nossa segurança se envergonhem e procurem uma grande máscara para tapar ainda mais essa hipocrisia, mas não precisa ser a Jason – pode ser uma de carnaval.


Saudações Tricolores